Saiba a importância de prevenir irregularidades que possam ocasionar corrosão em armaduras de concreto
Considerada uma das patologias mais preocupantes na construção civil, a corrosão em armaduras de concreto apresenta riscos enormes à segurança e estabilidade estrutural das edificações.
Isso porque, a corrosão é um fenômeno destrutivo de metais causado por reações químicas ou eletroquímicas que pode prejudicar a estrutura das edificações.
Esse tipo de dano pode ocorrer quando a proteção do cobrimento é insuficiente ou de má qualidade. Assim sendo, a corrosão compromete as armaduras na condição estética e principalmente, a segurança de qualquer projeto construtivo.
Entenda as principais causas, as formas de tratamento e prevenção do surgimento da corrosão em armaduras em sistemas de construção civil. Continue lendo!
Como a corrosão em armaduras é causada
São inúmeras as razões pelas quais a corrosão em armaduras se instala no concreto. Por se um mecanismo eletroquímico, sua reação corrosiva se estabelece em presença de água ou ambiente úmido.
Diante esta condição, pode-se provocar infiltrações que muitas vezes começam como bolhas, manchas nos cantos e mofo, gerando assim, um aspecto visual bastante desagradável.
Outro motivo fundamental a ser considerado, é a penetração de cloretos proveniente do contato direto com a água do mar ou maresia. No estado sólido, os íons implantam-se gradativamente na superfície do concreto.
Sendo assim, a corrosão em armaduras de concreto ocorre em locais mais expostos à umidade ou em regiões com falhas de concretagem que pode ocasionar a penetração de agentes agressivos.
Uma área que tende ser de maior incidência de corrosão é a base dos pilares.
Por que a corrosão na base dos pilares é preocupante?
Sem os cuidados necessários, o lançamento do concreto pode resultar em menor condensação de a pasta e maior concentração de agregados neste espaço após sua segregação.
Consequentemente, uma área de concreto acaba por ficar mais rica em cimento e a outra, mais pobre. E esta região é a base do pilar, onde existe maior tendência a desenvolver corrosão.
Por possuir alta densidade de armaduras, a base dos pilares apresenta certa complexidade no adensamento do concreto lançado, fazendo com que a água se acumule por mais tempo em sua fundação.
Estes são alguns dos principais fatores que potencializam os riscos da corrosão na concretagem.
A forma ideal de tratamento para corrosão em armaduras de concreto
Segundo o engenheiro civil Marcelo Medeiros, professor de Mestrado em Engenharia de Construção Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), reparos localizados como pontos de corrosão em armaduras necessitam de tratamentos específicos de acordo com sua carência.
Este tipo de processo pode ser realizado das seguintes etapas:
- É importante demarcar a área com corte e serra circular;
- Realizar a escarificação do concreto solto e deteriorado;
- Limpar o produto de corrosão formado, que pode ser feito de forma manual, com jato de areia ou de água;
- Pintura na superfície do metal para maior proteção;
- Aplicação de uma ponte de aderência;
- Preenchimento com argamassa de reparo e acabamento da superfície;
- Cura da argamassa de reparo.
Conforme as normas brasileiras, é preciso fazer um cobrimento mínimo de concreto sobre as seções de aço para que não haja exposição da armadura e assim, evitar a corrosão.
Para que esse processo aconteça de maneira adequada, é necessário adicionar a quantidade apropriada de argamassa e o teor homogêneo, com adição de sílica ativa para garantir a proteção do aço.
Como é feita a retirada da corrosão em armaduras de concreto?
A técnica utilizada para a restauração das regiões comprometidas das armaduras consiste em remover todo o concreto prejudicado de maneira que seja possível preservar as áreas íntegras de uma superfície do concreto.
Esse procedimento requer uma limpeza intensa a partir do uso de jatos de areia e lixas para eliminar por completo as partes danificadas.
Previna a corrosão!
De incidência muito comum em sistema construtivo, falhas e corrosão em armaduras de concreto podem ser evitadas por meio da proteção da superfície posta sobre o concreto.
Entre as peças-chave de preservação, podemos destacar a aplicação de espaçadores plásticos.
O emprego de espaçadores plásticos é fundamental no processo de concretagem, pois torna-se possível estabilizar o posicionamento da armadura e garantir o cobrimento do concreto de forma adequada e assim, evitar a corrosão do aço.
Os modelos podem ser compostos por estrutura metálica, plástica ou em argamassa. Confira abaixo, os principais modelos de espaçadores plásticos:
Espaçador circular:
Com a função de centralizar as armaduras entre os painéis, a peça garante o cobrimento do concreto e evita que as fôrmas sejam deslocadas durante o processo de concretagem;
Cadeirinha:
Resistente à carga pesada, estes tipos de espaçadores plásticos podem ser utilizados em principalmente em armaduras horizontais como lajes, fundos de vigas e pré-moldados, por exemplo;
Espaçador com entrada radial:
Podendo ser inserido armaduras já montadas, o modelo é indicado para poste de concreto pré-fabricado.
Espaçador tipo rolete:
Por não possuir uma abertura lateral, o produto deve ser incluído antes de armar a ferragem para garantir o cobrimento e centralizar as armaduras. Porém, há os roletes bipartidos que podem ser aplicados depois da confecção das armaduras (MRB).
Espaçador multiapoio centopéia:
Indicado para o encaixe em pelo menos duas extremidades, esse tipo de espaçador evita a sobrecarga de peso em um ponto.
Contudo, recomenda-se consultar profissionais para regularizar as condições das peças utilizadas no projeto para evitar qualquer espécie de irregularidade na construção civil.